Neil Young, Joe rogan e Spotfy, quem perde quem ganha

Pois é, uma crise está se instalando dentro de um dos maiores serviços de streaming do planeta.
Após Neil Young se declarar descontente com um podcast que ele considera estar transmitindo notícias um tanto quanto negacionistas e contraditórias sobre Covid e vacina.
A controvérsia surgiu depois que o comediante Joe Rogan, apresentador de um dos podcast mais acessados nos USA, apresentou o Dr. Robert Malone que foi banido do Twitter por espalhar desinformação, mas se tornou um herói na comunidade antivacina por sugerir falsamente que milhões de pessoas foram hipnotizadas para acreditar que as vacinas funcionam para prevenir doenças graves.
Depois disso, um grupo de médicos e cientistas circulou uma petição online pedindo ao Spotify que adote políticas para impedir a disseminação de desinformação em sua plataforma.
O Spotify disse em comunicado na semana passada que havia removido mais de 20.000 episódios de podcast relacionados ao COVID-19 desde o início da pandemia. Mas até agora a empresa apoiou Rogan, que teria recebido mais de US$ 100 milhões pelo serviço em troca dos direitos exclusivos de seu podcast.
Em uma carta de acompanhamento postada em seu site na sexta-feira, Young esclareceu que o objetivo de seu protesto não era censurar o apresentador do podcast.

“Eu apoio a liberdade de expressão. Nunca fui a favor da censura. As empresas privadas têm o direito de escolher com o que lucrar, assim como posso optar por não ter minha música apoiando uma plataforma que dissemina informações nocivas”, disse Young. “Estou feliz e orgulhoso de ser solidário com os profissionais de saúde da linha de frente que arriscam suas vidas todos os dias para ajudar os outros.”

Após esse pronunciamento, o Spotify derrubou quase todas as músicas de Young na quarta-feira, 26 de janeiro, dois dias depois que o músico do Rock & Roll Hall of Fame supostamente emitiu um ultimato ao serviço de streaming por meio de sua empresa e gravadora:

“Eles podem ter Rogan ou Young. Não os dois.”

Por mais de 30 anos , ele e sua falecida esposa Pegi apresentaram os concertos acústicos beneficentes da Bridge School no Shoreline Amphitheatre em Mountain View, apresentando performances de estrelas como Paul McCartney, Bob Dylan, David Bowie, Brian Wilson, Tracy Chapman, Bruce Springsteen, Norah Jones, Metallica, Elvis Costello e outros.
Os concertos beneficiaram a escola que ele co-fundou para ajudar crianças com deficiências físicas e de fala graves, incluindo seu filho Ben, que é tetraplégico com paralisia cerebral e incapaz de falar. Seu filho Zeke também tem paralisia cerebral.
Mesmo Young se mostrando preocupado com a saúde da humanidade, o Spotify manteve sua decisão em manter Joe por considerar que o comediante trás mais lucros para a empresa do que o músico. Porém desde essa atitude o Spotify já perdeu US$ 4 bilhões em valor de mercado esta semana. O que possivelmente deverá aumentar, pois Young recebeu muitos elogios por seu posicionamento, inclusive do chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS). O músico pediu a outros artistas que sigam seu exemplo. E teve respostas, a cantora canadense Joni Mitchell anunciou que vai retirar suas músicas do Spotify pelas “mentiras” que são transmitidas na plataforma sobre a COVID-19.

“Pessoas irresponsáveis estão espalhando mentiras que custam vidas. Sou solidária a Neil Young e às comunidades científicas e médicas globais nesta questão”, escreveu.

O site de Mitchell também publicou uma cópia da carta aberta ao Spotify em que médicos e cientistas pedem medidas de combate à desinformação..
E durante a semana, as redes sociais foram tomadas com a notícia de que o britânico Peter Frampton e o estadunidense Barry Manilow haviam seguido o exemplo de Neil Young e decidido retirar suas músicas do Spotify.

É, esse assunto parece que vai dar muito pano para manga ainda, vamos aguardar cenas dos próximos podcast, ou melhor, capítulos…

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“O Rock não tem regras, tem atitude…”

@hipnozerock

Lis Hirt